Informativo

CATAPORA


Orientações para Escolas

Tempo de leitura: 4 minutos

Atualização: maio/2025

DEFINIÇÃO

A catapora, ou varicela, é uma infecção viral aguda, altamente contagiosa e de evolução geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Acomete com maior frequência crianças, especialmente no final do inverno e início da primavera.


A principal forma de prevenção é a vacinação. O quadro clínico é característico, com lesões cutâneas que surgem inicialmente como manchas avermelhadas, evoluindo para vesículas (bolhas) e, posteriormente, crostas — podendo estar presentes simultaneamente em diferentes estágios. As lesões também podem atingir mucosas, como a boca e a região genital, e são acompanhadas de prurido intenso. Outros sintomas comuns incluem febre, mal-estar, cefaleia e dores no corpo.


Após a infecção, o vírus permanece latente no organismo. Embora não volte a causar catapora, pode ser reativado futuramente, geralmente após os 50 anos, manifestando-se como herpes-zóster (cobreiro).

TRANSMISSÃO

👃 Inalação de gotículas: pequenas gotículas, liberadas no ar através da tosse, espirro ou até mesmo durante a fala, podem ser inaladas por pessoas próximas, o que facilita a transmissão do vírus, especialmente em ambientes fechados e com pouca ventilação.


🖐️ Contato com secreções: contato direto com secreções de uma pessoa infectada — como muco nasal ou escarro — seguido do ato de levar as mãos aos olhos, nariz ou boca. Também pode ocorrer contaminação ao tocar o líquido presente no interior das vesículas formadas na pele.


🖐️ Contato com objetos contaminados: tocar em superfícies ou objetos que contenham saliva ou outras secreções de uma pessoa infectada — como brinquedos, maçanetas ou móveis — e, em seguida, levar as mãos à boca, ao nariz ou aos olhos, pode resultar em infecção.


📋 PERÍODO DE TRANSMISSÃO

🔸Período de incubação:

Varia entre 14 a 16 dias: esse é o intervalo entre o momento do contato com a pessoa infectada e o surgimento dos primeiros sintomas.


🔸Período de transmissão:

Geralmente 2 dias antes do início das erupções cutânea e dura cerca de 1 a 2 semanas até que as lesões tenham formado “crostas”.


📋 PERÍODO DE ISOLAMENTO

O período de isolamento que pode variar de 7 a 14 dias, conforme orientação médica e até que todas as lesões estejam na fase de crosta.

SINAIS E SINTOMAS

🔸 Febre

🔸 Mal-estar.

🔸 Cansaço.

🔸 Dor de cabeça.

🔸 Perda de apetite.

🔸 Bolhas com líquidos que coçam e eventualmente formam crostas


📋 CICLO DAS LESÕES

As lesões de pele da catapora seguem um ciclo característico, com diferentes fases que podem ocorrer simultaneamente:


🔸 Início com pápulas avermelhadas e pruriginosas (pequenas elevações na pele).

🔸 Evolução para vesículas (bolhas com conteúdo líquido).

🔸 Ruptura das bolhas, seguida pela formação de crostas.


Ciclo das lesões da catapora

Fonte: Up to Date

Distribuição e evolução das lesões:


As lesões costumam aparecer primeiro no tórax, costas e face, com posterior disseminação para o restante do corpo, podendo atingir mucosas como boca, pálpebras e região genital.


🔸 O surgimento de novas lesões geralmente ocorre por cerca de 4 dias.

🔸 A maioria das lesões forma crostas até o 6º dia.

🔸 As crostas secam e se desprendem entre 7 e 14 dias.


TRATAMENTO

O tratamento da catapora tem como foco o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações:


🔸 Evitar o uso de ácido acetilsalicílico (AAS):

O uso de aspirina em crianças com catapora está associado à síndrome de Reye, condição grave que afeta fígado e cérebro.


🔸 Evitar o ibuprofeno sempre que possível:

Conforme orientação da Academia Americana de Pediatria, pois seu uso pode estar associado a infecções bacterianas graves da pele.


🔸 Cuidados gerais com a pele:

  • Não utilizar pomadas, cremes, pasta d’água ou banho de permanganato — essas substâncias podem irritar a pele e favorecer infecções secundárias.
  • Banhos com água em temperatura mais baixa, para aliviar a coceira.
  • Uso de loções calmantes, como calamina ou produtos à base de aveia coloidal para aliviar a coceira.
  • Não estourar as vesículas e evitar coçar as lesões.
  • Realizar a higiene com água e sabão neutro.


🔸 Cuidados com as mãos:

  • Manter as unhas da criança bem cortadas para evitar ferimentos por coçar.
  • Lavar bem as mãos após tocar nas lesões.


🔸 Isolamento e retorno às atividades:

  • O(a) estudante com catapora deve permanecer afastado(a) da escola até que todas as lesões tenham evoluído para crostas.
  • Em casos de imunossupressão ou quadro clínico prolongado, o retorno só deve ocorrer após completa resolução das erupções.


🔸 Atenção aos sinais de alerta — procurar atendimento médico de urgência em caso de:

  • Dor de cabeça intensa.
  • Confusão mental.
  • Náuseas ou vômitos persistentes.
  • Tosse intensa ou dificuldade para respirar.
  • Dor abdominal.
  • Dificuldade para caminhar.
  • Lesões que se tornam muito vermelhas, dolorosas, quentes, com pus, sangramento ou hematomas.

VACINAÇÃO

Mesmo pessoas vacinadas contra a catapora podem, eventualmente, contrair a doença. Nesses casos, no entanto, o quadro tende a ser mais leve, com poucos sintomas — podendo ocorrer apenas algumas manchas vermelhas e ausência de febre ou vesículas. Além disso, o tempo de recuperação costuma ser mais curto em comparação com pessoas não vacinadas.


Recomendações vacinais:

🔸 A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam:

  • Duas doses da vacina:
  • Primeira dose: aos 12 meses de idade.
  • Segunda dose: entre 15 e 24 meses de idade.


🔸 O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda:

  • Duas doses em etapas
  • Primeira dose: aos 15 meses, por meio da vacina tetraviral (SCR-V — sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
  • Segunda dose: aos 4 anos de idade.

➡️ Consulte os calendários de vacinação aqui

🏠 O QUE A FAMÍLIA PODE FAZER?

🔸Higienização das mãos: deve ser intensificada por todos os membros da família, pois a principal forma de transmissão de doenças ocorre através do contato com as mãos.


🔸Evite ambientes fechados: o(a) estudante não deve comparecer a escola ou outros lugares com aglomeração durante a doença para evitar contaminação de outras pessoas.


🔸Assegure que as unhas das crianças: estejam limpas e aparadas, ajudando a evitar o acúmulo de sujeira e a propagação de germes.


🔸Ensine e incentive a prática da etiqueta respiratória: cobrir a boca e o nariz com a mão ou cotovelo ao espirrar ou tossir, lavar as mãos imediatamente após e evitar tocar os olhos, boca e nariz.


🔸Sempre que houver suspeita ou confirmação de uma doença: comunique a escola para que possam ser adotadas medidas preventivas.


🔸Caso o estudante apresente febre ou mal-estar geral na escola: é fundamental buscá-lo prontamente. Para garantir um ambiente escolar saudável, é importante que os estudantes estejam em boas condições de saúde para participar das atividades.


🔸Manter a vacinação em dia: continua sendo a medida mais eficaz para evitar formas graves da doença e proteger a saúde de todos.


🎥 Campanha higienização das mãos na escola

Acesse o vídeo para conhecer a campanha

🏫 O QUE A ESCOLA PODE FAZER?


👉 Intensifica a limpeza de todos os ambientes.

 

👉 Revisa os procedimentos de cuidado junto à equipe pedagógica e de apoio.

 

👉 Redobra a higienização das superfícies de maior contato.

 

👉 Incentiva a vacinação de todos: estudantes, familiares e colaboradores.

 

👉 Orienta o afastamento imediato de pessoas com sintomas compatíveis com a doença.

 

👉 Mantém portas e janelas abertas para favorecer a ventilação natural.

 

👉 Estimula a higienização frequente das mãos por estudantes e equipe.

 

👉 Realiza reuniões periódicas para planejar e revisar estratégias de prevenção.

 

👉 Solicita a cópia da caderneta de vacinação dos estudantes e da equipe escolar para documentar a atualização das vacinas.


👉 Notifica os casos confirmados às autoridades de saúde, possibilitando medidas como bloqueio vacinal de crianças suscetíveis de 9 meses a 5 anos.

 

👉 Orienta gestantes e pessoas imunodeprimidas que tiveram contato com casos de varicela ou herpes-zóster a buscarem orientação médica imediata, pois pode ser necessário iniciar tratamento específico.

 

👉 Em caso de surto, segue a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria de evitar novas matrículas de crianças não vacinadas por até 21 dias após o último caso, ou orienta a vacinação imediata desses estudantes antes do ingresso.



Com a colaboração de todos, é possível garantir um ambiente escolar mais saudável e promotor de bem-estar para toda a comunidade!

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