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CONJUNTIVITE
Orientações para Escolas
Tempo de leitura: 12 minutos
Atualização: outubro/2024
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana que reveste a parte interna das pálpebras e a superfície exposta do globo ocular, conhecida como a parte branca dos olhos.
Essa condição pode provocar sintomas como vermelhidão ocular, produção excessiva de lágrimas, secreção (que pode ocorrer em um ou ambos os olhos) e visão embaçada. Em crianças, a conjuntivite é mais frequentemente causada por infecções. Os principais agentes responsáveis incluem bactérias como Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae, além de vários vírus, sendo o adenovírus um dos mais graves.
🔸 DEFINIÇÃO
A conjuntivite aguda pode ser dividida em dois grandes grupos: infecciosa (bacteriana ou viral) e não infecciosa (alérgica, tóxica ou inespecífica). A prevalência de cada tipo varia conforme a faixa etária. Em crianças, a forma bacteriana da conjuntivite é mais frequente, enquanto nos adultos, a conjuntivite viral tende a ser mais comum.
A conjuntivite bacteriana é altamente contagiosa e se espalha pelo contato direto com o paciente e suas secreções ou com objetos e superfícies contaminadas.
🖐️ Contato indireto com objetos:
Após tocar um objeto contaminado e colocar as mãos nas mucosas.
🧑🤝🧑 Contato direto com a pessoa contaminada:
Após o contato direto com uma pessoa contaminada e suas secreções.
👃 Contato com gotículas:
Contato com o ar após uma pessoa contaminada espirrar ou tossir.
🔸 CONJUNTIVITE VIRAL
A maioria dos casos de conjuntivite viral apresenta sintomas leves e tende a se resolver espontaneamente entre 7 a 14 dias, sem a necessidade de tratamento e sem causar complicações duradouras. Entretanto, em alguns casos, a recuperação pode ser mais prolongada, levando de 2 a 3 semanas ou até mais para que os sintomas desapareçam completamente.
🔸 CONJUNTIVITE BACTERIANA
A conjuntivite bacteriana leve pode se resolver espontaneamente, sem a necessidade de antibióticos e sem causar complicações. Em geral, os sintomas desaparecem entre 2 a 5 dias, mas em alguns casos, a recuperação completa pode levar até 2 semanas.
No entanto, o uso de antibióticos pode ser indicado em situações específicas, como:
▪️ Presença de secreção purulenta (pus)
▪️ Indivíduos com o sistema imunológico comprometido
▪️ Usuários de lentes de contato
▪️ Casos de conjuntivite hiperaguda, causada por certas bactérias
🔸 PERÍODO DE ISOLAMENTO
Conjuntivite bacteriana:
O retorno à escola pode ocorrer conforme orientação médica ou após 24 horas do início do tratamento com antibióticos.
Conjuntivite viral:
O afastamento da escola deve seguir a recomendação médica, podendo o retorno ocorrer quando houver melhora no estado geral, como a redução da secreção ocular, boa acuidade visual, e a capacidade de realizar a higienização frequente das mãos.
🔸 SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS
🔹 Cor rosada ou avermelhada na região branca do olho
🔹 Inchaço das pálpebras ou camada fina que reveste o branco do olho
🔹 Olhos lacrimejantes
🔹 Sensação de que há algo no olho ou vontade de esfregar o olho
🔹 Coceira, irritação e ardor nos olhos
🔹 Secreção (pus ou muco)
🔹 Hipersensibilidade a luz
Fonte: Ribas, M. M., et al - Secad - Artmed
🔸 CARACTERÍSTICAS DA CONJUNTIVITE VIRAL
Dependendo da causa da conjuntivite viral, alguns pacientes podem apresentar sintomas ou condições adicionais, como:
🔹 Infecções respiratórias: sintomas semelhantes aos de um resfriado comum ou gripe.
🔹 Febre faringoconjuntival: uma síndrome caracterizada por conjuntivite, febre e dor de garganta, geralmente causada por infecção com adenovírus dos sorotipos 3, 4 e 7.
🔹 Ceratoconjuntivite epidêmica (CCE): um tipo mais severo de conjuntivite, frequentemente associado à infecção pelos adenovírus dos sorotipos 8, 19 e 37.
🔹 Ceratoconjuntivite herpética: relacionada ao vírus herpes simplex, que pode causar lesões vesiculares na pele e afeta geralmente apenas um olho.
🔹 Rubéola e sarampo: a conjuntivite pode ser um dos sintomas dessas doenças virais, que também costumam apresentar erupções cutâneas, febre e tosse.
🔸 CARACTERÍSTICAS DA CONJUNTIVITE BACTERIANA
Os sinais e sintomas da conjuntivite bacteriana se sobrepõem aos de outras causas de conjuntivite, incluindo conjuntivite viral e alérgica, o que pode dificultar o diagnóstico.
🔹 Olho vermelho
🔹 Secreção purulenta que faz com que as pálpebras fiquem grudadas
🔹 Visão diminuída
🔹 Inchaço e dor nas pálpebras
🔸 QUANDO PROCURAR ATENDIMENTO
Consultar um profissional de saúde quando a conjuntivite acompanhar os seguintes sinais ou sintomas:
▪️ Dor nos olhos
▪️ Sensibilidade à luz
▪️ Visão turva que não melhora quando a secreção é removida dos olhos
▪️ Vermelhidão intensa nos olhos
▪️ Sintomas que pioram ou não melhoram
▪️ Conjuntivite bacteriana que não melhora após 24 horas de uso de antibióticos
▪️ Dor de cabeça intensa com náusea
▪️ Sensação de corpo estranho nos olhos com dificuldade de mantê-lo aberto
▪️ Pessoas com sistema imunológico enfraquecido
O tratamento será conduzido pelo oftalmologista ou Pediatra conforme o tipo de conjuntivite.
🔸 CONJUNTIVITE VIRAL
Atualmente, não existem antivirais específicos, sejam tópicos ou sistêmicos, para o tratamento da conjuntivite viral. No entanto, em alguns casos, podem ser utilizados medicamentos para aliviar os sintomas, como anti-histamínicos, colírios lubrificantes e compressas frias.
É comum que a irritação e a secreção ocular se intensifiquem nos primeiros 3 a 5 dias antes de começarem a melhorar, e os sintomas podem durar de 2 a 3 semanas até a completa recuperação.
🔸 CONJUNTIVITE BACTERIANA
A conjuntivite bacteriana, na maioria das vezes, é autolimitada, ou seja, pode se resolver sozinha. No entanto, o uso de antibióticos tópicos pode acelerar a recuperação se iniciados antes do sexto dia de sintomas.
Em muitos casos, a decisão de usar antibióticos no tratamento da conjuntivite bacteriana aguda é baseada nas preferências e necessidades pessoais, como o desejo de retornar mais rapidamente ao trabalho ou à escola.
Por outro lado, o tratamento com antibióticos é essencial em situações específicas, como em usuários de lentes de contato e em casos de conjuntivite bacteriana hiperaguda.
🔸 Não enviar à escola estudantes com mal-estar geral:
Se o estudante apresentar febre, vômitos, diarreia ou qualquer outro sintoma que prejudique a alimentação, hidratação ou a participação nas atividades escolares, é importante mantê-la em casa e procurar atendimento médico.
🔸 Reforçar a higienização das mãos:
Todos os membros da família devem intensificar a lavagem das mãos, pois essa é a principal forma de prevenir a transmissão de doenças.
🔸 Evitar ambientes fechados e aglomerados:
Principalmente quando alguém da família estiver apresentando sintomas de doenças contagiosas.
🔸 Manter as unhas dos estudantes limpas e aparadas:
Garantir que as unhas estejam sempre limpas e curtas, evitando o acúmulo de sujeira e a transmissão de germes.
🔸 Ensinar a higiene adequada para as crianças:
Instruir as crianças sobre a importância de lavar as mãos corretamente com água e sabão, principalmente antes e depois das refeições, após usar o banheiro e sempre que estiverem sujas.
🔸 Ensinar etiqueta respiratória:
Orientar os estudantes a cobrir a boca e o nariz com o braço ou um lenço ao espirrar ou tossir, lavar as mãos logo em seguida e evitar tocar os olhos, a boca e o nariz.
🔸 Higienizar os pertences pessoais diariamente:
Itens como garrafas de água, lancheiras e outros objetos de uso pessoal devem ser limpos diariamente.
🔸 Comunicar à escola em caso de suspeita ou confirmação de doença:
Isso permitirá que a escola adote medidas preventivas adequadas para evitar a disseminação de doenças.
🔸 Buscar imediatamente o estudante com febre ou mal-estar:
Para garantir que o ambiente escolar seja saudável e que a criança possa participar adequadamente das atividades, é fundamental que ela esteja em boas condições de saúde.
🔸 Procurar atendimento médico sempre que necessário:
Caso o estudante apresente piora no quadro de saúde, como dificuldade para respirar, recusa de alimentos e líquidos, apatia, sonolência excessiva ou manchas na pele, buscar assistência médica.
🔸 Cuidados em casos de conjuntivite na família:
▪️ Manter os olhos limpos e secos.
▪️ Lavar toalhas, lençóis e fronhas diariamente e separadamente.
▪️ Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool 70% antes e depois de tocar nos olhos.
▪️ Limpar os olhos com água abundante ou compressas embebidas em soro fisiológico.
▪️ Evitar contatos próximos, como abraços, beijos e apertos de mão, até a recuperação.
👉 Intensifica as orientações sobre a higienização das mãos por parte de todos, garantindo que a prática seja contínua e eficaz.
👉 Reforça a higienização de brinquedos e superfícies de alto contato, assegurando a limpeza regular desses objetos.
👉 Mantém as janelas abertas e prioriza atividades ao ar livre, favorecendo a ventilação e minimizando o risco de contaminação em ambientes fechados.
👉 Organiza as atividades em diferentes espaços, evitando aglomerações e garantindo o distanciamento adequado entre os estudantes.
👉 Identifica casos sintomáticos e solicita a retirada imediata do estudante, assegurando a saúde de todos os presentes.
👉 Promove e incentiva campanhas de vacinação na comunidade escolar, reforçando a importância da imunização para a prevenção de doenças.
👉 Estimula o uso de garrafinhas de água individuais e desativa bebedouros de uso coletivo com disparo direto na boca, visando a prevenção de contágios.
👉 Orienta os estudantes a não compartilharem objetos pessoais, como materiais escolares e utensílios, para evitar a disseminação de doenças.
👉 Reúne-se periodicamente com a equipe para revisar e planejar medidas de prevenção de forma contínua e atualizada.
👉 Incentiva a prática da etiqueta respiratória, educando sobre a importância de cobrir a boca ao tossir ou espirrar e lavar as mãos em seguida.
👉 Comunica às autoridades de saúde, como a Unidade Básica de Saúde (UBS), os casos confirmados, especialmente quando dois ou mais ocorrem na mesma turma ou em turmas que se comunicam, e monitora os casos suspeitos, garantindo um acompanhamento cuidadoso da situação.
Com a colaboração de todos, é possível garantir um ambiente escolar mais saudável e promotor de bem-estar para toda a comunidade!
https://www.uptodate.com/contents/conjunctivitis
https://www.cdc.gov/conjunctivitis/hcp/clinical-overview/index.html
https://www.cdc.gov/conjunctivitis/about/index.html
https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/conjuntivites-em-pediatria-primeira-abordagem
https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec84_Oftalmo.pdf
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