Informativo

COQUELUCHE


Orientações para Escolas

Tempo de leitura: 9 minutos

Atualização: outubro/2024

COQUELUCHE

Desde meados de 2023, tem-se observado um aumento expressivo nos casos de coqueluche, o que gerou um alerta global. Entre janeiro e dezembro de 2023, pelo menos 17 países da União Europeia registraram elevações no número de casos, totalizando 25.130 ocorrências. Nos primeiros três meses de 2024, esse número subiu para 32.037 na mesma região. Na China, até fevereiro de 2024, foram notificados 32.380 casos, com 13 óbitos associados. A Bolívia também enfrenta um surto da doença, com 693 casos confirmados entre janeiro e agosto de 2023.


Esse aumento contínuo em 2024 trouxe preocupações adicionais, com alguns países, como a República Tcheca e a Holanda, relatando óbitos relacionados à coqueluche.


No Brasil, o estado de São Paulo apresentou um crescimento alarmante no número de casos. Até 8 de junho de 2024, foram registrados 139 casos, em comparação com 54 ao longo de todo o ano de 2023. Somente na capital paulista, 105 casos foram confirmados entre janeiro e 5 de junho, em contraste com os 14 casos registrados em 2023.


No Rio de Janeiro, a situação também mudou. A cidade não registrava casos desde 2021, com o último caso notificado em agosto daquele ano. No entanto, em 2024, já foram confirmados 34 novos casos.


É importante ressaltar que a suscetibilidade à coqueluche é ampla e a imunidade conferida pela vacinação não é permanente. Em média, a proteção diminui após cinco a dez anos da última dose, tornando necessário o reforço vacinal para manter a imunidade eficaz.

🔸 DEFINIÇÃO

A coqueluche é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis, amplamente disseminada ao redor do mundo. Sua principal manifestação são intensas crises de tosse seca, que afetam o sistema respiratório, especialmente a traqueia e os brônquios.


Altamente contagiosa, a doença pode ser transmitida para até 80% das pessoas que tiveram contato próximo com o indivíduo infectado. A coqueluche é particularmente perigosa para crianças menores de seis meses, em quem a evolução do quadro pode ser mais grave devido à imaturidade do sistema imunológico e respiratório.

TRANSMISSÃO

🔸 PERÍODO DE INCUBAÇÃO

A transmissão da coqueluche acontece principalmente de duas formas:


▪️ Contato direto: Ocorre quando uma pessoa não vacinada entra em contato com gotículas expelidas por uma pessoa infectada durante a tosse, espirro ou até mesmo enquanto fala.


▪️ Contato com objetos contaminados: Embora seja menos comum, a infecção pode ocorrer através do contato com objetos que foram recentemente contaminados por secreções de uma pessoa doente. Esse tipo de transmissão é raro, já que a bactéria responsável pela coqueluche tem baixa sobrevivência fora do corpo humano, mas não pode ser totalmente descartada.

▪️ Período de incubação do bacilo (tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção):

Em média de 5 a 10 dias (mais comum) podendo variar até 42 dias (incomum).

🔸 PERÍODO DE TRANSMISSÃO

O período de transmissão da coqueluche começa a partir do 5º dia após o contato com a pessoa infectada e pode durar até três semanas após o início da fase paroxística, que é caracterizada pelos acessos intensos de tosse típicos da doença.


Em lactentes menores de 6 meses, esse período pode se prolongar, chegando a durar entre 4 a 6 semanas após o início dos episódios de tosse.


A transmissibilidade da coqueluche é maior no início da doença, atingindo 95% na primeira semana, durante a fase catarral. Esse percentual reduz progressivamente para 50% na terceira semana e é praticamente nulo na quinta semana. No entanto, em casos raros, a bactéria pode ser isolada até a décima semana da doença, apesar de a transmissão ser incomum nesse estágio.

🔸 PERÍODO DE ISOLAMENTO

▪️ Isolamento respiratório durante 5 dias após o início do tratamento antimicrobiano apropriado.

▪️ Nos casos não submetidos à antibioticoterapia, o tempo de isolamento deve ser de 3 semanas

SINAIS E SINTOMAS

A coqueluche evolui em três fases sucessivas:

🔹 Fase catarral: com duração de 1 a 2 semanas, inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, evoluindo para crises de tosses paroxísticas. 

🔹 Fase paroxística: Geralmente, esta fase é marcada pela ausência de febre ou febre baixa, embora em alguns casos possam ocorrer picos febris ao longo do dia. A característica mais marcante são os paroxismos de tosse seca, que surgem de forma súbita, rápida e incontrolável, com séries de cinco a dez tossidas em uma única expiração.


Durante esses episódios de tosse, o paciente não consegue inspirar adequadamente, podendo apresentar protrusão da língua, congestão facial e, em alguns casos, cianose. Isso pode ser seguido por apneia e episódios de vômito. Após a crise de tosse, ocorre uma inspiração profunda pela glote estreitada, o que pode gerar o som característico conhecido como "guincho".


O número de crises de tosse paroxística pode chegar a 30 em um período de 24 horas, sendo mais comuns durante a noite. A frequência e intensidade desses episódios costumam aumentar nas primeiras duas semanas da fase paroxística, para então diminuírem gradualmente. Essa fase pode durar entre duas a seis semanas.



ATENÇÃO vídeos com conteúdo sensível:

🎥 Assista aqui o vídeo de um bebê com a tosse característica da coqueluche

🎥 Assista aqui o vídeo de uma criança com a tosse característica da coqueluche.

🔹 Fase de convalescença: Durante essa fase, os paroxismos de tosse começam a desaparecer, sendo substituídos por episódios de tosse comum. A convalescença geralmente dura de duas a seis semanas, mas, em alguns casos, pode se estender por até três meses. Infecções respiratórias secundárias que ocorrem durante essa fase podem desencadear temporariamente o retorno dos paroxismos.

🔹 Outros sintomas:

Em indivíduos que não foram vacinados adequadamente ou que receberam a última dose da vacina há mais de cinco anos, a coqueluche pode não apresentar a forma clássica da doença. Nesses casos, os sintomas incluem uma tosse persistente, mas sem os paroxismos típicos, o guincho característico ou o vômito após a tosse.


Lactentes jovens, especialmente os menores de seis meses, estão em maior risco de desenvolver formas graves da coqueluche, que podem ser potencialmente letais. Nesses casos, a doença manifesta-se com os paroxismos clássicos, frequentemente acompanhados de cianose, sudorese e vômitos. Além disso, podem ocorrer episódios de apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação, em decorrência dos vômitos frequentes. Esses sinais indicam a gravidade da infecção e exigem atenção médica imediata.

🔸 DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO

Indivíduo com menos de 6 meses de idade:

Todo indivíduo nessa faixa etária, independentemente de estar vacinado ou não, que apresente tosse de qualquer tipo por dez dias ou mais, acompanhada por um ou mais dos seguintes sintomas, deve ser considerado suspeito de coqueluche:


▪️ Tosse paroxística: crises súbitas de tosse incontrolável, com tosses rápidas e curtas (entre cinco a dez) em uma única expiração

▪️ Guincho inspiratório: som agudo ao inspirar após a tosse

▪️ Vômitos pós-tosse

▪️ Cianose: coloração azulada da pele, indicando falta de oxigenação

▪️ Apneia: pausas na respiração

▪️ Engasgo


Indivíduo com 6 meses de idade ou mais:

Para indivíduos com 6 meses ou mais, a suspeita de coqueluche surge quando há tosse de qualquer tipo por 14 dias ou mais, associada a um ou mais dos seguintes sintomas, independentemente do estado vacinal:


▪️ Tosse paroxística: crises súbitas de tosse incontrolável, com tosses rápidas e curtas (entre cinco a dez) em uma única expiração

▪️ Guincho inspiratório

▪️ Vômitos pós-tosse


Além disso, qualquer pessoa que apresente tosse, independentemente da duração, e tenha tido contato próximo com um caso confirmado de coqueluche por critério laboratorial, também deve ser considerada um caso suspeito.

🔸 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da coqueluche nos estágios iniciais pode ser desafiador, pois os sintomas muitas vezes se assemelham aos de um resfriado comum ou outras infecções respiratórias. Embora a tosse seca persistente seja um importante sinal de alerta para a coqueluche, a confirmação do diagnóstico geralmente requer exames específicos. O médico pode solicitar a coleta de material da nasofaringe para realizar uma cultura bacteriana ou um teste de PCR em tempo real, que permite a detecção rápida do agente causador da doença. Esses exames são fundamentais para um diagnóstico preciso e para o início adequado do tratamento.

TRATAMENTO

O tratamento da coqueluche é realizado principalmente com o uso de antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, levando em consideração as particularidades de cada caso.


Assim que os primeiros sinais e sintomas aparecerem, é fundamental procurar uma unidade de saúde para obter o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.


Em crianças, o diagnóstico de coqueluche geralmente resulta em internação hospitalar, pois os sintomas tendem a ser mais graves nesse grupo, exigindo monitoramento e cuidados intensivos para evitar complicações.

VACINAÇÃO

A vacinação é a principal medida de prevenção da doença

🔹 VACINA PENTA (DTP/HB/Hib)

3 doses: 2, 4 e 6 meses de vida

As vacinas penta – vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada) – e tríplice bacteriana (DTP) devem ser aplicadas em crianças, mesmo quando os responsáveis refiram história da doença.

🔹 VACINA DTP

2 doses: 15 meses e 4 anos de idade

Vacina difteria, tétano e coqueluche

VACINA dTpa

1 dose a cada 10 anos para adultos a partir dos 18 anos ou 5 anos se ferimentos graves

Vacina difteria, tétano e coqueluche acelular


Gestantes: indicada a vacina acelular do tipo adulto (dTpa), devendo ser administrada a cada gestação, a partir da 20ª semana de gestação.

🔸 VACINAÇÃO EM COMUNICANTES

Pessoas que tiveram contato próximo com um caso confirmado:

Familiares e escolares, menores de 7 anos (até 6 anos, 11 meses e 29 dias) de idade, devem-se seguir as seguintes orientações:


▪️ Para os não vacinados ou com esquema de vacinação desconhecido: iniciar esquema com a penta.


▪️ Crianças com esquema vacinal incompleto: completar o esquema com penta ou DTP ou DTPa, segundo situação vacinal encontrada.


▪️ As vacinas DTP, hexa ou penta podem ser aplicadas até 6 anos 11 meses e 29 dias, a partir desta idade a vacina utilizada é dTpa.

Acesse aqui o calendário vacinal do Ministério da saúde

Acesse aqui o calendário vacinal da Sociedade Brasileira de Imunizações

🔸 QUIMIOPROFILAXIA

A antibioticoterapia utilizada para quimioprofilaxia da coqueluche é a mesma prescrita para o tratamento da doença. Ela é indicada para os comunicantes, definidos como qualquer pessoa que tenha tido contato com um caso de coqueluche desde o início da fase catarral até três semanas após o início da fase paroxística, período em que a doença é transmissível.


Indicações específicas para quimioprofilaxia:


▪️ Recém-nascidos expostos a pessoas com sintomas respiratórios devem ser avaliados por um médico.

▪️ Crianças menores de 1 ano com menos de três doses de vacinas combinadas que previnem a coqueluche (como pentavalente, tetravalente, hexavalente ou DTPa), independentemente do estado vacinal.

▪️ Crianças entre 1 e 7 anos que não foram vacinadas, têm status vacinal desconhecido ou receberam menos de quatro doses da vacina contendo componentes contra pertussis.

▪️ Crianças a partir de 7 anos que tiveram contato íntimo e prolongado com um caso suspeito de coqueluche. O contato deve ter ocorrido dentro de 21 dias antes do início dos sintomas do caso suspeito ou até três semanas após o início da fase paroxística, ou se houve contato com um comunicante vulnerável no mesmo domicílio.


Comunicantes vulneráveis incluem:

▪️ Recém-nascidos expostos a sintomáticos respiratórios.

▪️ Crianças menores de 1 ano com menos de três doses de vacinas penta, tetra ou DTPa.

▪️ Crianças menores de 10 anos não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto (menos de três doses de vacina contra pertussis).

▪️ Mulheres no último trimestre de gestação.

▪️ Indivíduos imunocomprometidos.

▪️ Pessoas com doenças crônicas graves.


Considerações especiais: Tossidores identificados entre comunicantes vulneráveis devem ser considerados casos suspeitos de coqueluche e, portanto, devem ser notificados e tratados, independentemente dos resultados laboratoriais. O material de nasofaringe deve ser coletado para cultura ou PCR, preferencialmente antes do início da antibioticoterapia.


Mulheres grávidas no último mês de gestação ou puérperas que tiveram contato com um caso suspeito ou confirmado e que apresentem tosse por cinco dias ou mais devem ser tratadas para coqueluche, independentemente da situação epidemiológica. Além das puérperas, os recém-nascidos também devem ser tratados.


Surtos em instituições: Um surto é definido pela ocorrência de dois ou mais casos, sendo um confirmado por critério laboratorial e o outro por qualquer um dos três critérios clínicos, que surgem no mesmo período (até 42 dias de intervalo entre o início dos sintomas do caso-índice) e no mesmo ambiente de convívio. Deve haver evidência de que a transmissão ocorreu em pelo menos um dos casos dentro da instituição.


Essa definição de surto deve ser aplicada a escolas, creches, unidades de saúde, alojamentos, presídios e outros ambientes institucionais para a identificação rápida de possíveis casos suspeitos.

🏠 O QUE A FAMÍLIA PODE FAZER

🔸 Manter a vacinação atualizada para coqueluche em todos os membros da família. O reforço da vacina é necessário a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em casos de ferimentos graves. As vacinas ajudam a prevenir complicações graves da doença. Consulte o calendário anual de vacinação para mais informações.


🔸 Procurar atendimento médico imediato se houver suspeita de coqueluche, para avaliação, realização de testes, início do tratamento e isolamento pelo período recomendado.


🔸 Evitar enviar estudantes para a escola se apresentarem sintomas como mal-estar geral, febre, vômitos, diarreia ou qualquer outro sintoma que comprometa a alimentação, hidratação ou participação nas atividades. Em casos assim, é importante procurar assistência médica.


🔸 Reforçar a higienização das mãos entre os membros da família, uma vez que essa é a principal via de transmissão de muitas doenças.


🔸 Evitar ambientes fechados e com aglomeração quando algum familiar estiver apresentando sintomas respiratórios.


🔸 Manter as unhas limpas e aparadas, especialmente em crianças, para evitar a propagação de germes.


🔸 Ensinar as crianças a lavar as mãos adequadamente com água e sabão, especialmente antes e depois das refeições, após o uso do banheiro e sempre que as mãos estiverem sujas. Assista a um vídeo com o passo a passo aqui.


🔸 Instruir os estudantes sobre etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar, lavar as mãos após tossir ou espirrar, e evitar tocar os olhos, boca e nariz com as mãos sujas.


🔸 Higienizar diariamente a garrafinha de água, lancheira e outros pertences pessoais.


🔸 Informar a escola sobre suspeita ou confirmação de doenças, para que as medidas preventivas necessárias possam ser tomadas.


🔸 Buscar o estudante na escola caso apresente febre ou mal-estar geral, garantindo assim um ambiente saudável e propício para o aprendizado.


🔸 Procurar atendimento médico caso o estudante apresente piora dos sintomas, como dificuldade respiratória, recusa alimentar, apatia, sonolência excessiva ou manchas na pele.

🏫 O QUE A ESCOLA ESTÁ FAZENDO

👉 Intensifica as orientações para a higienização frequente das mãos por todos.


👉 Intensifica a higienização dos brinquedos e superfícies de alto contato com as mãos.


👉 Mantém as janelas abertas e prioriza atividades ao ar livre, garantindo ventilação adequada.


👉 Escalona as atividades nos diferentes espaços para evitar aglomerações entre os alunos.


👉 Identifica casos sintomáticos e solicita a retirada imediata do estudante para evitar a propagação da doença.


👉 Incentiva a adesão às campanhas de vacinação junto à comunidade escolar, promovendo a prevenção de doenças.


👉 Incentiva o uso de garrafinhas individuais e desativa bebedouros de disparo direto à boca, minimizando o risco de contaminação.


👉 Orienta a não partilha de objetos pessoais entre os estudantes, prevenindo a disseminação de agentes infecciosos.


👉 Reúne-se periodicamente para planejar e revisar as medidas preventivas de saúde e segurança.


👉 Incentiva a prática da etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar e higienizar as mãos em seguida.


👉 Autoriza o retorno às atividades escolares de estudantes e educadores confirmados com coqueluche após 5 dias de tratamento com antibióticos, desde que estejam sem febre e em bom estado geral, ou conforme atestado médico.


👉 Comunica às autoridades de saúde, como a Unidade Básica de Saúde (UBS), os casos confirmados, especialmente quando 2 ou mais casos são detectados na mesma turma ou em turmas que se relacionam, e monitora os casos suspeitos de forma contínua.

🔸 AÇÃO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

A Unidade Básica de Saúde (UBS) pode solicitar ao gestor escolar cópias das cadernetas de vacinação de todos os membros da comunidade escolar. Com base nessa análise, a UBS pode iniciar uma campanha de vacinação direcionada para aqueles que não estão imunizados, têm o esquema vacinal incompleto ou são comunicantes de um caso confirmado de coqueluche, oferecendo a vacinação diretamente na sede da escola.

Com a colaboração de todos, é possível garantir um ambiente escolar mais saudável e promotor de bem-estar para toda a comunidade!

PROGRAMA ESCOLA SEGURA

Escolas que fazem parte do Programa acesse aqui


Acesse aqui as certificações das escolas


Saiba mais sobre o Programa aqui

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

Cadastre-se para receber nossos comunicados

Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.

@ Todos os Direitos Reservados.