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CLIMA SECO


Orientações para Escolas

Tempo de leitura: 14 minutos

Atualização: setembro/2024

DESEQUILIBRIO CLIMÁTICO

As mudanças climáticas provocadas pela atividade humana resultam do aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, em grande parte causadas pela queima de combustíveis fósseis. Essas alterações estão associadas a eventos climáticos extremos, como ondas de calor mais intensas e frequentes, temporadas de furacões mais longas e destrutivas, além de um aumento do risco de inundações e secas. Também observamos uma temporada de incêndios florestais mais prolongada e severa, especialmente em regiões com tendência à seca.


A redução das chuvas em muitas áreas do país, comum nesta época do ano, é causada pela persistência de massas de ar seco, o que reduz a umidade relativa do ar. Esse cenário favorece o aumento das queimadas e incêndios florestais, além de agravar doenças respiratórias.


Os incêndios em áreas de vegetação liberam grandes quantidades de material particulado (MP) e gases tóxicos, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos não metânicos. Pesquisas indicam que a fumaça gerada por esses incêndios está diretamente ligada a efeitos adversos para a saúde respiratória e cardiovascular. Os grupos mais vulneráveis a essa exposição incluem pessoas com condições respiratórias ou cardíacas preexistentes, crianças, idosos e bebês, que sofrem os maiores impactos dessas emissões.

🔸 BAIXA UMIDADE

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a umidade do ar ideal varia entre 50% e 80%. No entanto, durante determinadas épocas do ano, como no inverno, esse índice pode cair para menos de 30%. Regiões como o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil são particularmente afetadas. Durante esses períodos, há um aumento significativo na procura por atendimento médico, principalmente por pessoas com alergias respiratórias, pois a baixa umidade resseca e inflama as mucosas, desencadeando ou agravando os sintomas respiratórios.

🔸 FUMAÇA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A fumaça gerada por incêndios florestais pode afetar pessoas mesmo a grandes distâncias do local do incêndio. Ela representa um dos maiores riscos para a saúde, pois carrega diversos compostos tóxicos, que variam de acordo com o material queimado. Entre esses poluentes estão substâncias como chumbo, presente em baterias de automóveis, acroleína, que irrita os pulmões, hidrocarbonetos poliaromáticos, que são cancerígenos e neurotóxicos, além de óxidos de nitrogênio, que agravam problemas respiratórios e contribuem para a formação de ozônio. A fumaça também contém material particulado (MP), um dos poluentes mais prejudiciais à saúde.

🔸 POPULAÇÃO MAIS VULNERÁVEL

Os poluentes transportados pela fumaça de incêndios florestais aumentam os índices de morbidade e mortalidade na população em geral, mas seus efeitos são mais acentuados em grupos vulneráveis. Pessoas com doenças respiratórias, cardiovasculares ou renais, além de crianças e idosos, correm maior risco. A exposição à fumaça pode ser especialmente perigosa para idosos com função pulmonar reduzida e crianças pequenas, que têm menor capacidade de resposta pulmonar. Bebês, gestantes e trabalhadores expostos diretamente à fumaça, como bombeiros, também estão entre os mais afetados, podendo sofrer lesões, inalação de fumaça e agravamento de condições respiratórias e cardíacas preexistentes.

RISCOS PARA SAÚDE

🔸 RISCO CARDÍACO

O ar seco intensifica a concentração de poluentes, elevando em até 50% o risco de complicações cardíacas em pessoas vulneráveis, como aquelas com problemas coronários. O aumento do risco ocorre porque o coração precisa trabalhar mais intensamente para manter a pressão arterial, já que os vasos sanguíneos se dilatam com a baixa umidade. Além disso, a exposição aos poluentes irrita os pulmões, aumentando o esforço cardíaco. Segundo o Dr. Abrão Cury, do HCor (Hospital do Coração), a desidratação também é preocupante, pois o pulmão continua demandando ar com alta saturação de umidade, o que sobrecarrega ainda mais o coração. Esse quadro pode aumentar o risco de trombose e complicações cardíacas.

🔸 AGRAVAMENTO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

Pessoas com condições respiratórias, como asma, bronquite e alergias, podem ter seus sintomas exacerbados com a baixa umidade. O ar seco e os poluentes no ambiente intensificam a inflamação das vias aéreas, tornando a respiração mais difícil e aumentando a frequência de crises respiratórias.

🔸 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

O ressecamento das mucosas das vias aéreas reduz o sistema de defesa natural do corpo, tornando-o mais suscetível a infecções oportunistas, como resfriados e gripes. Com as defesas comprometidas, há um maior risco de invasão por vírus e bactérias.

🔸 DOENÇAS DE PELE

A baixa umidade e o calor ressecam a pele e os lábios, causando desconforto como prurido, rachaduras e dermatites. Esse ressecamento pode, em alguns casos, resultar em lesões cutâneas, aumentando a necessidade de cuidados com protetores solares e hidratantes para manter a saúde da pele.

🔸 CONJUNTIVITES

O clima seco provoca ressecamento dos olhos, o que pode causar irritações oculares e aumentar a vulnerabilidade a infecções, como a conjuntivite. A falta de lubrificação adequada dos olhos torna-os mais suscetíveis a inflamações e infecções.

🔸 SANGRAMENTO NASAL

A mucosa nasal ressecada em ambientes com baixa umidade facilita o rompimento de vasos sanguíneos, especialmente em pessoas mais suscetíveis, levando a episódios de sangramento nasal.

🔸 DESIDRATAÇÃO

O clima seco intensifica a perda de água pela respiração e transpiração, aumentando o risco de desidratação. Crianças e idosos são particularmente vulneráveis a esse quadro, que pode levar a complicações graves se não tratado adequadamente. Além do desconforto, a desidratação compromete a função das mucosas, aumentando a suscetibilidade a infecções e agravando a circulação de vírus, como o Rotavírus, que tem levado a um aumento nos atendimentos de saúde devido à perda excessiva de líquidos.

🏠 O QUE A FAMÍLIA PODE FAZER?

🔸 MONITORAR O ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR (IQA)

A maioria dos aplicativos de clima para smartphones inclui o Índice de Qualidade do Ar (IQA), que mede a qualidade do ar com base em cinco poluentes principais: material particulado (MP), ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio. Quanto maior o índice, pior é a qualidade do ar. Monitorar o IQA ajuda a tomar decisões adequadas sobre atividades ao ar livre, especialmente em áreas com alta poluição.

Descrição dos riscos para a saúde conforme o Índice de Qualidade do Ar (IQA):

Fonte Tabela 1: Air Quality Index (AQI) Basics. United States Environmental Protection Agency, 2023.

Ações baseadas no Índice de Qualidade do Ar (IQA):

A partir do monitoramento do IQA, pode-se ajustar atividades diárias. Em casos de IQA acima de 50, muitas autoridades recomendam evitar longos períodos ao ar livre, especialmente para pessoas vulneráveis, como crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias.

Fonte Tabela 2: Wildfire action plan. The Climate Resilience for Frontline Clinics Toolkit. Americares 

Onde monitorar o Índice de Qualidade do Ar (IQA) por cidade:

Acessar: https://www.iqair.com/

Exemplo da qualidade do ar na região central da cidade de São Paulo em 11/09/2024:



Onde monitorar o Índice de Qualidade do Ar (IQA) por país:

Acessar: https://www.iqair.com/world-air-quality-ranking

Exemplo da qualidade do ar por país em 11/09/2024:


🔸 USAR MÁSCARAS

Usar máscara em períodos com altas concentrações de poluentes, como horas de pico de tráfego em grandes avenidas ou quando indicado pelas agências de controle ambiental.

🔸 MANTER BOA VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES INTERNOS

Para garantir a boa qualidade do ar interno, mantenha os ambientes bem ventilados, livres de objetos que acumulam poeira, como cortinas e carpetes. Embora a umidificação seja importante, permitir a circulação de ar fresco reduz o acúmulo de alérgenos e melhora a qualidade do ar em ambientes fechados. Em períodos de má qualidade do ar, use purificadores de ar com filtros HEPA ou MERV 13 para reduzir a exposição a poluentes.

🔸 REDUZIR A POLUIÇÃO INTERNA

Evite fontes de poluição interna, como fumaça de cigarro, velas, fogueiras e produtos de limpeza agressivos. Cozinhar, especialmente em fogões a gás, também libera poluentes, sendo recomendado o uso de coifas de exaustão ou abrir janelas para garantir ventilação adequada. Não queimar lixo e não fumar na presença de crianças.

🔸 UMIDIFICAR AS VIAS NASAIS

Com a baixa umidade do ar, o ressecamento das vias aéreas é comum, podendo causar sangramentos nasais e agravar problemas respiratórios. O uso de soro fisiológico ajuda a manter as vias respiratórias umedecidas, prevenindo irritações e facilitando a respiração.

🔸 HIDRATAÇÃO OCULAR

Ambientes secos podem causar irritação ocular. Lavar os olhos com soro fisiológico algumas vezes ao dia ajuda a prevenir desconfortos. Em casos mais graves, o uso de lágrimas artificiais pode ser indicado, sob orientação médica.

🔸 HIDRATAÇÃO DOS LÁBIOS E PELE

O uso de protetores labiais previne o ressecamento e rachaduras. Hidratantes corporais devem ser aplicados após o banho para manter a pele saudável. Protetores solares com fator de proteção mínimo de 30 FPS são essenciais para proteger a pele ao longo do dia.

🔸 EVITAR EXPOSIÇÃO AO AMBIENTE EXTERNO EM DIA DE MÁ QUALIDADE DO AR

Em dias com IQA elevado (acima de 100), limite o tempo ao ar livre, mesmo com o uso de máscaras. Durante a permanência ao ar livre, use guarda-sol e óculos de sol para proteção. Na escola, a equipe gestora deve monitorar a qualidade do ar e coordenar com as autoridades a suspensão de atividades externas quando necessário.

Evitar expor crianças a ambientes com altos níveis de poluentes, como ruas e avenidas com intenso tráfego de veículos.

🔸 EVITAR BANHOS QUENTES E LONGOS

Recomenda-se optar por banhos curtos e com água fria ou morna para preservar a oleosidade natural da pele, que atua como uma barreira de proteção contra o ressecamento. Banhos quentes e prolongados podem remover essa camada de proteção, aumentando o risco de irritação e desidratação da pele.

🔸 CUIDADOS COM O AMBIENTE INTERNO

Para manter a qualidade do ar em ambientes fechados, opte por cortinas leves e de fácil lavagem, e prefira a limpeza com panos úmidos em vez de vassouras, para evitar a dispersão de poeira. Evite o uso de carpetes, cortinas pesadas e cobertores de lã ou com pelos, que tendem a acumular alérgenos. É importante manter a casa limpa, bem arejada e iluminada pelo sol. Cobrir colchões, travesseiros e almofadas que não estejam em uso ajuda a prevenir o acúmulo de poeira. Além disso, afastar as camas das paredes contribui para a circulação adequada do ar.

🔸 USAR ROUPAS ADEQUADAS

É recomendável vestir os estudantes com roupas leves e de cores claras, que facilitam a evaporação do suor e ajudam a regular a temperatura corporal. Bonés ou chapéus também são importantes para proteger do sol. Essas medidas auxiliam na manutenção do conforto térmico e na prevenção de superaquecimento, especialmente em dias mais quentes..

🔸 AUMENTAR A HIDRATAÇÃO ORAL

Manter-se bem hidratado é crucial, especialmente para crianças e idosos, que podem não perceber a necessidade de beber água regularmente. Manter uma garrafa de água por perto e ingerir líquidos regularmente é essencial, especialmente para crianças e idosos, que são mais vulneráveis à desidratação. A quantidade recomendada de água varia de acordo com a idade e o peso da pessoa.

Quantidade de água que deve ser ingerida por adultos saudáveis:

Para ter uma noção da quantidade de água que deve ser ingerida ao longo do dia multiplicar o por 35ml (para adultos saudáveis). Por exemplo, uma pessoa de 70 quilos deve ingerir aproximadamente 2,5 litros de água por dia..

Quantidade de água que deve ser ingerida por crianças:

Sociedade Brasileira de Pediatria destaca que beber água todos os dias é fundamental para boas condições da saúde infantil. A quantidade ideal varia de acordo com a estação do ano, idade, atividade física e alimentação da criança. Mas recomenda o mínimo de água limpa, filtrada e/ou mineral que deve ser ingerida nas diferentes faixas etárias:


🔹 0 a 6 meses: até os 6 meses, os bebês devem tomar apenas leite materno.

Bebês alimentados com leite artificial devem ingerir 700ml de água, descontar o volume da fórmula.


🔹 7 a 12 meses: 800ml

🔹 1 a 3 anos: 1,2 litros

🔹 4 a 8 anos: 1,7 litros

🔹 9 a 13 anos: 2,4 litros

🔹 14 a 18 anos: 3,3 litros


🔸 REDUZIR EXPOSIÇÃO AO AR-CONDICIONADO

O uso de ar-condicionado deve ser moderado, com pausas para renovar o ar do ambiente (usar por 2 horas e pausar pelo menos por 30 minutos). A limpeza frequente dos filtros é essencial para garantir a qualidade do ar.

🔸 ATIVIDADE FÍSICA EM AMBIENTE EXTERNO

Evite a prática de exercícios físicos entre 10h e 17h, quando a temperatura e a poluição são mais intensas. Prefira realizar atividades ao ar livre em locais com árvores e menos tráfego de veículos, para reduzir a exposição a poluentes.

🔸 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Substituir alimentos ricos em sal e condimentos por opções mais naturais é uma prática recomendada para melhorar a qualidade da alimentação e a hidratação do organismo. A inclusão de mais legumes e verduras é fundamental, pois esses alimentos são ricos em água e nutrientes essenciais para o corpo.


Alimentos in natura e minimamente processados têm alto teor de água. O leite e muitas frutas, como melancia e abacaxi, contêm de 80% a 90% de água, enquanto verduras e legumes, cozidos ou em saladas, podem ultrapassar 90% de água em sua composição.


Até mesmo pratos tradicionais como feijão com arroz contêm aproximadamente dois terços de água, tornando-se uma excelente escolha em períodos mais secos.


Por outro lado, alimentos ultraprocessados geralmente possuem pouca água, o que aumenta sua durabilidade nas prateleiras, mas diminui seu valor nutricional. Refrigerantes e bebidas adoçadas, apesar de conterem água, são ricos em açúcar, adoçantes artificiais e aditivos, tornando-os inadequados para uma hidratação saudável.


Durante o tempo seco, uma recomendação é priorizar o consumo de vegetais e frutas ricos em água, como pepino, alface, aipo, rabanete, abobrinha, tomate, couve-flor, espinafre, brócolis, cenoura, melancia, morango, abacaxi, kiwi, maçã, pera e uva. Esses alimentos contribuem tanto para a hidratação quanto para o aporte de micronutrientes importantes.

🔸 MONITORAR SINAIS E SINTOMAS DE SUPERAQUECIMENTO

Sinais e sintomas como tontura, náusea, pulso acelerado, além de pele quente e seca, podem ser indicativos de superaquecimento do corpo. Nessa situação, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente.

🏫 O QUE A ESCOLA PODE FAZER?

Ações que a escola pode implementar para melhorar o conforto térmico e qualidade do ar:

🔸 MAPEAMENTO DE ÁREAS CRÍTICAS

Realizar uma avaliação detalhada de todos os espaços da escola para identificar locais com desconforto térmico, especialmente durante os períodos de calor.

🔸 ORIENTAÇÃO D EQUIPE ESCOLAR

Instruir a equipe escolar para evitar atividades prolongadas em áreas identificadas com baixo conforto térmico.

🔸 MELHORIAS NA CIRCULAÇÃO DO AR

Instalar ventiladores e climatizadores em ambientes internos e externos para garantir uma melhor circulação de ar. Em escolas localizadas em áreas com altos índices de poluição externa (IQA crítico), é fundamental manter a boa ventilação dos espaços internos com o uso de filtros de ar e a liberação de corredores e áreas de acesso, assegurando a renovação adequada do ar.

🔸 USO DE UMIDIFICADORES

Analisar a viabilidade da instalação de umidificadores em salas de aula, especialmente nas áreas de educação infantil, considerando a vulnerabilidade dessa faixa etária. Para evitar a hiperumidificação e possíveis contaminações, é importante seguir as orientações de uso de umidificadores na escola disponíveis aqui.

🔸 CUIDADOS COM OS ESTUDANTES

▪️ Incentivar o uso de soro fisiológico para umidificação nasal em estudantes mais velhos, pela manhã e à tarde.

▪️ Auxiliar na aplicação de soro fisiológico para umidificação nasal em estudantes mais novos, também duas vezes ao dia.

▪️ Comunicar à comunidade escolar os cuidados necessários durante períodos de clima seco.

▪️ Estimular a hidratação constante, proporcionando pausas regulares para o consumo de água ao longo do dia.

▪️ Para estudantes que possuam prescrição médica, incentivar o uso de lágrimas artificiais, auxiliando os mais novos quando necessário.

🔸 ESCALONAMENTO DAS ATIVIDADES

Organizar as atividades pedagógicas de forma a evitar aglomerações, principalmente em ambientes com menor ventilação e baixa umidade do ar.

🔸 MONITORAMENTO DE SINTOMAS

Sinais e sintomas como tontura, náusea, pulso acelerado, além de pele quente e seca, podem ser indicativos de superaquecimento do corpo. Em caso de identificação de sintomas, encaminhar o estudante para atendimento médico imediato.

🔸 SANGRAMENTO NASAL

Familiarize-se com as medidas de primeiros socorros para casos de sangramento nasal. Para mais informações, acesse aqui.

🔸 CUIDADOS COM A HIGIENIZAÇÃO

▪️ Evitar o uso de cortinas, tapetes e carpetes. Se forem indispensáveis, garantir uma limpeza frequente.

▪️ Implementar sistemas de limpeza com MOP ou pano úmido, evitando varrer os ambientes para minimizar a suspensão de partículas no ar.

🔸 USO MODERADO DO AR-CONDICIONADO

Reduzir o tempo de exposição prolongada ao ar-condicionado. Caso seja necessário, devido às altas temperaturas, assegurar a manutenção adequada dos aparelhos, incluindo a limpeza dos filtros. O ar-condicionado deve ser desligado a cada 2 horas, permitindo a renovação do ar por pelo menos 30 minutos.

🔸 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR

Acompanhar os índices de qualidade do ar (IQA) da cidade e seguir as recomendações das autoridades locais conforme a classificação. Suspender atividades externas ou restringi-las nos horários críticos, geralmente entre 10h e 17h, conforme orientações na tabela 2.

🔸 PRIORIZAR ATIVIDADES QUE REDUZEM A TEMPERATURA

Promover atividades em áreas verdes, oferecendo contato direto com a natureza e brincadeiras com água nos dias mais quentes, deve ser feito de maneira responsável e consciente. É importante garantir que essas atividades respeitem o uso sustentável da água, especialmente em períodos de estiagem, evitando o desperdício desse recurso essencial.

🔸 CONECTAR A ESCOLA COM A NATUREZA

Conectar as escolas com a natureza é um passo fundamental para promover o desenvolvimento infantil saudável, considerando que, segundo o Censo Escolar de 2022, 65% das escolas públicas de educação infantil no Brasil carecem de áreas verdes.


O ambiente escolar tem um impacto significativo no tempo que crianças e adolescentes passam em locais fechados, e o crescente uso precoce de dispositivos eletrônicos limita ainda mais o acesso a espaços adequados para brincadeiras e atividades ao ar livre, seja em casa, nas escolas ou em áreas urbanas.


A implementação de áreas verdes nas escolas pode reduzir a temperatura ambiente em até 10 graus, além de proporcionar inúmeros benefícios ao desenvolvimento físico e emocional das crianças. O contato com a natureza também contribui para a redução da poluição do ar, fator relevante para a saúde coletiva.



É crucial que os ambientes escolares sejam bem ventilados, mas com atenção para minimizar a entrada de poluentes nos espaços internos. Para isso, é recomendável priorizar aberturas voltadas para áreas internas do terreno, longe de ruas com alto tráfego de veículos.



Algumas estratégias para mitigar os efeitos da poluição do ar e melhorar a qualidade do ambiente escolar incluem:


  • Organização de grupos de carona: Incentivar a formação de grupos de caronas entre os responsáveis para reduzir o uso de veículos particulares e, consequentemente, diminuir a emissão de poluentes.


  • Conscientização sobre poluição do ar: Promover conversas com estudantes e suas famílias sobre os riscos da poluição atmosférica e compartilhar sugestões de ações comunitárias para enfrentá-los.


  • Apoio à manutenção de áreas verdes: Incentivar a criação e preservação de espaços verdes, tanto na escola quanto no bairro, para melhorar a qualidade do ar e proporcionar ambientes mais saudáveis.


  • Flexibilização de horários: Ajustar os horários de entrada e saída das turmas de educação infantil para evitar os momentos de maior fluxo de veículos e exposição à poluição.


  • Criação de barreiras vegetais: Implementar cercas vivas e áreas vegetadas entre estacionamentos e as janelas, quadras ou entradas das escolas para reduzir a exposição aos poluentes.


  • Definição de áreas de embarque/desembarque: Localizar as áreas de embarque e desembarque a uma distância segura do portão principal, minimizando a concentração de poluentes próximos às áreas onde as crianças permanecem por mais tempo. Orientar os pais a caminharem com seus filhos até a entrada da escola.



  • Orientação a motoristas: Instruir motoristas de transporte escolar a desligarem os motores enquanto aguardam o embarque e desembarque das crianças, reduzindo a emissão de gases poluentes.

Essas medidas visam garantir um ambiente escolar mais seguro e confortável, preservando a saúde e bem-estar de toda a comunidade escolar

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