Informativo
VIROSES RESPIRATÓRIAS
Orientações para Escolas
Tempo de leitura: 8 minutos
Atualização: novembro/2024
O termo "virose" é amplamente utilizado na prática cotidiana para descrever um conjunto de sintomas inespecíficos, geralmente associados a infecções causadas por diferentes tipos de vírus, mas sem a definição de um diagnóstico preciso. Essas infecções costumam ser leves, afetando principalmente o sistema respiratório ou gastrointestinal.
Na maioria dos casos, as viroses são benignas, autolimitadas e apresentam resolução espontânea dentro de até 10 dias, sem necessidade de tratamentos complexos.
Para acompanhar a situação epidemiológica, é possível consultar os boletins do INFOGRIPE, uma iniciativa que monitora e apresenta alertas sobre casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Acesse a seção NOTÍCIAS, selecione a categoria GRIPE e visualize as informações mais recentes.
As viroses podem ser provocadas por diferentes tipos de vírus, como o vírus Influenza, causador da gripe, e os agentes responsáveis pelos resfriados, incluindo o rinovírus, que é associado a cerca de 50% dos casos de resfriados em adultos e crianças. Outros vírus também frequentemente envolvidos são o adenovírus, o vírus sincicial respiratório, os vírus da parainfluenza e o metapneumovírus humano, entre outros.
Embora as viroses, especialmente os resfriados, possam ocorrer ao longo de todo o ano, há um aumento significativo na sua incidência durante os meses de outono e inverno, quando as condições climáticas favorecem a disseminação desses agentes infecciosos.
👃 Inalação de gotículas: Pequenas gotículas, liberadas no ar através da tosse, espirro ou até mesmo durante a fala, podem ser inaladas por pessoas próximas, o que facilita a transmissão do vírus, especialmente em ambientes fechados e com pouca ventilação.
🖐️ Contato com secreções: Tocar o muco do nariz ou escarro de uma pessoa infectada e depois levar as mãos aos olhos, nariz ou boca pode resultar em infecção.
🖐️ Contato com objetos contaminados: O vírus também pode ser transmitido ao tocar em objetos contaminados, como brinquedos, maçanetas ou móveis, e depois levar as mãos à boca, especialmente se houver saliva ou outras secreções infectadas nesses objetos.
📋 PERÍODO DE TRANSMISSÃO
🔸Período de incubação:
Varia entre 24h a 72h. Esse é o intervalo entre o momento do contato com a pessoa infectada e o surgimento dos primeiros sintomas.
🔸Período de transmissão:
As infecções virais podem ser transmitidas para outras pessoas mesmo antes do aparecimento dos primeiros sintomas ou enquanto o indivíduo ainda apresenta sinais da doença. O período de maior transmissibilidade geralmente ocorre entre o 3º e o 5º dia da infecção, quando a carga viral está mais elevada, aumentando o risco de contágio.
Crianças saudáveis com menos de 6 anos podem apresentar de 6 a 8 episódios de resfriado por ano, com sintomas que podem persistir por até 14 dias. Já crianças mais velhas e adultos, em média, enfrentam 2 a 4 resfriados anuais, sendo que os sintomas geralmente duram entre 5 e 7 dias.
📋 PERÍODO DE ISOLAMENTO
De acordo com o Ministério da Saúde, indivíduos com sintomas de gripe devem permanecer em casa durante o período de transmissão, que pode se estender até 7 dias após o início dos sintomas. É recomendado o afastamento temporário de atividades como trabalho ou escola até pelo menos 24 horas após o desaparecimento da febre, sem o uso de antitérmicos, e desde que o indivíduo apresente bom estado geral, sem outros sintomas como indisposição, recusa de líquidos ou dor.
SINAIS E SINTOMAS
📋 CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS
Sintomas comuns:
▪️ Febre.
▪️ Secreção nasal.
Outros sinais possíveis:
▪️ Agitação.
▪️ Dificuldade para se alimentar.
▪️ Inapetência.
▪️ Dificuldade para dormir.
Evolução da doença:
▪️ Pico dos sintomas: 2º ou 3º dia.
▪️ Recuperação: entre 10 e 14 dias.
📋 CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR
Sintomas predominantes:
▪️ Congestão nasal.
▪️ Tosse.
Sintomas menos frequentes:
▪️ Espirros.
▪️ Dor de cabeça.
▪️ Dor de garganta.
Febre:
▪️ Geralmente baixa.
▪️ Limitada aos primeiros 3 dias.
▪️ Incomum em crianças mais velhas.
Evolução da doença:
▪️ Recuperação: entre 5 e 7 dias.
👃 SECREÇÃO NASAL
A mudança na coloração da secreção nasal para tons amarelados ou esverdeados após alguns dias é um processo comum durante as viroses e não indica agravamento da infecção ou presença de bactérias. Essa alteração está associada ao aumento natural da atividade de enzimas no organismo em resposta à infecção viral e, geralmente, persiste por cerca de 10 dias.
🏠 O QUE A FAMÍLIA PODE FAZER?
Por se tratar de condições geralmente benignas, as viroses são tratadas com foco no alívio dos sintomas apresentados:
🔸HIDRATAÇÃO:
A hidratação é fundamental, pois ajuda a fluidificar as secreções, hidratar a mucosa respiratória e aliviar a tosse.
🔸CANJA, CHÁS E LÍQUIDOS QUENTES:
Esses líquidos têm efeito calmante sobre a mucosa respiratória, contribuindo para a eliminação de secreções e redução da tosse.
🔸LAVAGEM NASAL:
A lavagem nasal com soro fisiológico morno é eficaz para remover secreções e manter as vias respiratórias desobstruídas. A irrigação com soro melhora os sintomas respiratórios, reduz a recorrência das manifestações e diminui o absenteísmo escolar. Acesse um informativo sobre o tema aqui.
🔸MEDICAMENTOS E MEL:
O uso de antitérmicos e analgésicos deve seguir a prescrição médica. Para crianças maiores de 2 anos, o mel pode ser utilizado como uma opção eficaz para aliviar a tosse, especialmente à noite.
🔸OUTROS CUIDADOS:
▪️ Manter a vacinação em dia contra a gripe (influenza), que é anual, e contra a COVID-19, pois as vacinas previnem complicações. Consulte o calendário de vacinação para atualização aqui.
▪️ Caso haja suspeita de influenza ou COVID-19, procure avaliação médica para diagnóstico, testagem, se necessário, e orientações de isolamento.
▪️ Realizar a lavagem nasal, pelo menos antes e após o retorno da escola, ajuda a manter as vias respiratórias limpas, hidratadas e alivia os sintomas.
▪️ Não enviar à escola estudantes com mal-estar geral, febre, vômitos, diarreia ou sintomas que dificultem alimentação, hidratação ou participação nas atividades. Nesse caso, buscar atendimento médico.
▪️ Intensificar a higienização das mãos por todos os membros da família, já que a principal forma de transmissão dessas doenças ocorre através das mãos.
▪️ Evitar ambientes aglomerados e fechados, especialmente se houver um familiar sintomático.
▪️ Garantir que as unhas das crianças estejam limpas e aparadas.
▪️ Ensinar as crianças a lavarem adequadamente as mãos com água e sabão, antes e após as refeições, após o uso do banheiro e sempre que estiverem visivelmente sujas.Confira um vídeo com o passo a passo cantado aqui.
▪️ Promover a etiqueta respiratória, ensinando as crianças e jovens a cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, lavar as mãos após essas ações e evitar levar as mãos aos olhos, boca e nariz.
▪️ Higienizar diariamente garrafinhas de água, lancheiras e demais pertences pessoais.
Informar a escola sobre suspeitas ou confirmações de doenças para que possam ser adotadas medidas preventivas.
▪️ Buscar o estudante na escola em casos de febre ou mal-estar geral, garantindo um ambiente saudável e adequado para a aprendizagem.
▪️ Procurar atendimento médico se houver piora do estado geral, como dificuldade respiratória, recusa de alimentos ou líquidos, apatia, sonolência excessiva ou aparecimento de manchas na pele.
Confira orientações Dr. Flávio Pediatra sobre o momento de procurar o serviço de saúde para crianças sintomátias acesse aqui
👉 Intensifica as orientações para a correta higienização das mãos por todos, educando para a prevenção.
👉 Intensifica a limpeza dos brinquedos e superfícies de alto contato, minimizando o risco de transmissão de vírus.
👉 Mantém as janelas abertas e prioriza atividades ao ar livre para melhorar a ventilação e reduzir o risco de contágio.
👉 Escalona as atividades nos diferentes espaços, evitando aglomerações dos estudantes.
👉 Identifica estudantes sintomáticos e solicita sua retirada imediata.
👉 Incentiva o uso de garrafinhas individuais e desativa bebedouros com disparo direto à boca, promovendo hábitos mais seguros.
👉 Orienta para que não haja compartilhamento de objetos entre os estudantes, prevenindo a disseminação de doenças.
👉 Se reúne periodicamente para planejar e ajustar as medidas de prevenção conforme necessário.
👉 Incentiva a prática de etiqueta respiratória, como cobrir a boca e o nariz com as mãos ou cotovelo ao tossir e espirrar, lavar as mãos logo após e evitar o contato com os olhos, boca e nariz.
👉 Comunica às autoridades de saúde, como a UBS, os casos confirmados, especialmente quando atingem mais de 10% de uma mesma turma, e monitora os casos suspeitos para controle da disseminação.
👉 Solicita a cópia da caderneta de vacinação dos estudantes e da equipe escolar para documentar a atualização das vacinas.
👉 Incentiva as campanhas de vacinação junto à comunidade escolar, promovendo a adesão às medidas de proteção.
👉 Autoriza o retorno às atividades escolares dos estudantes que estejam em boas condições de saúde, sem febre há pelo menos 24 horas (sem o uso de medicamentos) e que tenham cumprido o período de isolamento definido pelo serviço de saúde.
Com a colaboração de todos, é possível garantir um ambiente escolar mais saudável e promotor de bem-estar para toda a comunidade!
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